quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ESTADOS DA MATERIA


Os sete estados da matéria 

Até Einstein iria pirar!!! 

É pessoal sabe aquela história dos três estados físicos da matéria? Está ultrapassada. Desde 2003 considerava-se a existência de seis estados físicos possíveis para a matéria, agora já descobriram mais um. Com certeza com a evolução da ciência iremos descobrir novas formas de arranjo para a matéria o que é excelente, pois permite ao homem desenvolver novas técnicas de produção e transferência de energia, além de nos ajudar a entender melhor como é formado o universo.


Olha só os sete estados considerados até hoje:

1º estado: No estado sólido considera-se que a matéria do corpo mantém a forma macroscópica e a posição relativa de sua partícula. É particularmente estudado nas áreas da estática e da dinâmica.
2º estado: No estado líquido, o corpo mantém a quantidade de matéria e aproximadamente o volume; a forma e posição relativa da partículas não se mantém. É particularmente estudado nas áreas da hidrostática e da hidrodinâmica.
3º estado: No estado gasoso, o corpo mantém apenas a quantidade de matéria, podendo variar amplamente a forma e o volume. É particularmente estudado nas áreas da aerostática e da aerodinâmica.

4º estadoO Plasma (ou quarto estado da matéria) está presente principalmente nas televisões de LCD ou cristal líquido, ou ainda chamadas de “TVs de plasma”. Neste estado há uma certa “pastosidade” da substância, que permite uma maior e melhor resposta quando recebe informações decodificadas pelos feixes de luz emitidos pelos componentes da TV. É sabido que qualquer substância pode existir em três estados: sólido, líquido a gasoso, cujo exemplo clássico é a água que pode ser gelo, líquido a vapor. Todavia há muito poucas substâncias que se encontram nestes estados, que se consideram indiscutíveis a difundidos, mesmo tomando o Universo no seu conjunto. É pouco provável que superem o que em química se considera como restos infinitamente pequenos. Toda a substância restante do universo subsiste no estado denominado plasma 


5º estado: O Condensado de Bose-Einstein é o quinto estado da matéria, e é obtido quando a temperatura chega a ser tão baixa que as moléculas entram em colapso. O condensado de Bose-Einstein é uma coleção de milhares de partículas ultra-frias ocupando um único estado quântico, ou seja, todos os átomos se comportam como um único e gigantesco átomo.

6º estadoGás Fermiônico diferentemente do condensado de Bose-Einstein nesse estado as partículas apesar de estarem a baixissimas temperaturas ainda se comportam isoladamente, ou seja, as partículas são solitárias e não se comportam como um condensado perfeito (completamente unidas).

7º estado: Superfluido de polaritons. Trata-se de um material sólido preenchido com uma série de partículas de energia conhecidas como polaritons. Os polaritons foram aprisionados e tiveram sua velocidade diminuída no interior do novo material. Este estado da matéria até agora desconhecido, introduz um método radicalmente novo tanto para mover energia de um ponto a outro, quanto para gerar um feixe de luz coerente - um laser - utilizando uma quantidade muito pequena de energia.
É queridos, a cada dia avançamos mais na busca de novos conhecimentos, e com isso devemos interagir cada vez mais com o mundo que nos cerca e tentar entender todos os fenômenos que acontecem à nossa volta. Considerando esses últimos estados da matéria onde as partículas se mostram muito agregadas tente responder (associando a física e a química que estudamos), como nesses estados a condução de eletricidade é maus intensa?

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

OS SEIS ESTADOS DA MATERIA

O quinto estado da matéria

Aprendemos na escola que a matéria existe em 3 estados físicos: Sólido, Líquido e Gasoso. Porém existe o 4º estado da matéria: O Plasma - Chamamos de plasma quando os átomos são desmanchados pelo efeito de altíssimas temperaturas e ficam sem os seus elétrons. Eles não fogem mas ficam livres passeando fora de suas ÓRBITAS e diz-se que o gás está IONIZADO. Os cientistas pensam que 99% de todo o Universo seja feito de plasma.

Onde existe o plasma?O fogo é plasma, dentro de lâmpadas fluorescentes ligadas o gás fica neste estado. E a tela de alguns televisores/monitores modernos são de plasma.
O plasma, um tipo de gás ionizado, constitui o estado mais caótico, em que os átomos se movem em diferentes velocidades e direções. A partir daí, a matéria se ordena cada vez mais ao passar para os estados gasoso, líquido e sólido.



O 5º Estado da Matéria: Condensado de Bose-Einstein
Em 1995, físicos da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos (EUA), concentraram e congelaram um conjunto de 2 mil átomos de rubídio a uma temperatura de apenas 170 bilionésimos de grau acima do zero absoluto (273 graus Celsius negativos). Com isso, pela primeira vez construíram um – uma minúscula porção de matéria cujas partículas se comportam de maneira extremamente organizada, vibrando com a mesma energia e a mesma direção, como se constituíssem um único superátomo. Esse é o quinto estado da matéria, previsto pelo físico alemão Albert Einstein e pelo matemático indiano Satyendra Nath Bose, em 1924.
Mas somente no quinto estado a organização chega ao extremo. Nele, todas as partículas movem-se coordenadamente, na mesma direção e em velocidade idêntica. Até o feito dos cientistas norte-americanos, somente se conhecia tal organização na luz. No raio laser, todos os raios luminosos alinham-se perfeitamente. Agora os pesquisadores acreditam que com o condensado de Bose-Einstein será possível construir um laser de matéria. Ondas de matéria fluindo com a mesma energia e na mesma direção constituem um instrumento valioso para o estudo das partículas atômicas.

Essa propriedade não é encontrada em outros estados da matéria (sólido, líquido, gás ou plasma), nos quais os átomos apresentam variados níveis de energia.
Os físicos especulam que tal característica pode ser útil para futuras aplicações em campos como a computação quântica ou novas formas de lasers. Durante sete décadas, esse estado da matéria foi apenas um conceito. Em 1995, dois grupos independentes, um da Universidade do Colorado e outro do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, criaram os primeiros condensados, de rubídio e sódio. O feito levou-os a dividir o prêmio Nobel de Física em 2001.
Condensado de Bose-Einstein
Para criar o condensado de Bose-Einstein, é preciso resfriar os átomos de rubídio até temperaturas excepcionalmente baixas. De acordo com o professor Vanderlei Bagnato, coordenador do projeto de pesquisado IFSC que resultou na condensação dos átomos de rubídio, este era um espaço na física brasileira que precisava ser preenchido com urgência.
O fato de o novo experimento estar operando regularmente, explica ele, gera resultados inéditos, que contribuirão para o melhor entendimento da matéria quântica.
"A capacidade de realizarmos ciência compatível com todo o resto do mundo é o que nos torna competitivos e capazes de formar nossos estudantes com aquilo que há de mais moderno", afirma Bagnato. E conclui: "Se um estudante quisesse realizar uma tese de doutorado sobre o tema de condensados de Bose-Einstein envolvendo experimentos, ele não precisaria mais sair do Brasil, temos isto em andamento. Até então, nada podíamos oferecer".
A descoberta do Plasma de Quarks e Gluões (QGP) -- estado primordial da matéria agora recriado no laboratório levou cerca de 15 anos.
No domínio da Física das Partículas pode considerar-se uma descoberta rápida!

I - MOTIVAÇÃO
      A Cromodinâmica Quântica (QCD), teoria que rege o mundo das partículas, prevê que a matéria hadrónica [1], tal a como conhecemos hoje, tenha uma transição de fase para um novo estado de matéria - o Plasma de Quarks e Gluões. Este novo estado não é mais do que o estado de matéria primordial que existiu alguns microssegundos após a explosão inicial que formou o Universo - o Big Bang. Na matéria hadrónica normal, os quarks e gluões estão confinados em pequenos "sacos", os hadrões. Por aquecimento ou compressão da matéria hadrónica, a teoria QCD prevê que se dê uma transição de fase em que os "sacos" hadrões se rompem e os seus constituintes quarks e gluões passam a estar livres como numa sopa, ou seja, ficam desconfinados.
      O período de 1984 a 1992, corresponde ao programa de iões de oxigénio e enxofre a energias de 200 GeV/nucleão [2], desde a data de entrega no CERN da "Carta de Intenções" declarando o nosso interesse na utilização de feixe de iões ultra-relativistas para a pesquisa de QGP, seguida da Proposta de Experiência que foi aceite com o nome de NA38, até ao último ano de tomada de dados com estes iões leves (enxofre).
      Neste período, grande excitação houve logo de início nas observações que fazíamos através da [3] de apenas duas partículas, pares de muões (um positivo e outro negativo), emitidas nas colisões com alvos pesados de urânio.
      Os muões são partículas estáveis, que podem resultar da desintegração de outras como o , o , o , o , etc (leia-se ró, ómega, fi e psi), partículas estas que se visualizam como estruturas em picos situados "nas encostas duma montanha", conforme a sua massa.
      Acontece que, no caso do pico do $\psi$, observámos a sua diminuição com o aumento de energia posto em jogo na colisão (nas colisões frontais, ou centrais, entre um ião do feixe e um átomo do alvo há mais densidade de energia do que nas colisões laterais, ou periféricas).
      Ora, dois físicos teóricos, o alemão H. Satz e o japonês T. Matsui, tinham previsto em 1985 que a partícula $\psi$ seria impedida de se formar, i.e., a sua produção seria suprimida no caso em que se criasse o Plasma de Quarks e Gluões.
      Na verdade, no desconfinamento os quarks e gluões encontram-se muito juntos, não havendo a distância necessária para que os quarks $c$ e $c_bar$ (os constituintes da partícula $\psi$ ) se relacionem.
      Apesar da grande excitação causada por esta observação, não tínhamos os dados todos para concluir termos recriado no laboratório o novo estado da matéria, o QGP. Por isso, abstivemo-nos de o anunciar. Os cientistas só podem fazer afirmações quando têm a certeza, após a exclusão de todas as hipóteses alternativas.
      Ainda não tínhamos atingido a densidade de energia suficiente para que se desse a transição de fase entre a matéria hadrónica e o Plasma de Quarks e Gluões, mas sentíamos que estavamos lá quase!
      Assim surgiu a ideia de uma segunda fase de experiências no CERN com iões mais pesados. Uma nova Proposta de Experiência foi submetida em 1992, pelos membros da colaboração NA38 (portugueses, franceses e suíço) acrescida de físicos oriundos da Itália, Rússia e Roménia (vindo a Arménia a juntar-se-nos quatro anos mais tarde). A experiência ficou com o nome de NA50 e começou a utilizar feixes de iões de chumbo desde então disponíveis no CERN, a 158 GeV/nucleão.
 DESAPARECEM CADA VEZ MAIS PARTÍCULAS $\psi$ !
      Após a primeira "rodagem" do dispositivo experimental em fins de 1994 que compreende o espectrómetro usado em NA38 melhorado e acrescido de novos detectores,
os primeiros resultados começaram a surgir da análise dos dados tomados em fins de 1995: nas colisões chumbo-chumbo o $\psi$ é ainda mais suprimido do que nas interacções com iões mais leves e, desta vez de maneira claramente anómala, i.e., não previsível pelos modelos hadrónicos que tinham sido afinados para as interacções com protões e iões leves (até ao enxofre) e que fazem previsões muito precisas para qualquer tipo de colisão de iões desde que não haja mudança de estado.
      Fizemos várias verificações, controlámos exaustivamente as hipóteses de erro e, certos da coerência dos resultados (para a mesma densidade de energia obtida, quer em colisões laterais chumbo-chumbo, quer interacções enxofre-urânio, o número de $\psi$ produzidos é igual), estavámos prontos a anunciá-los. Assim, a primeira apresentação pública da supressão anómala do $\psi$ foi feita em Março de 1996 por uma portuguesa, em representação de NA50, numa Conferência Internacional da especialidade, em França, tendo havido na altura ecos na imprensa portuguesa público de 7/5/96.
      A excitação ressurgiu: seria esta supressão anómala do $\psi$ o sinal da formação de QGP que procurávamos?
      Estávamos perante a transição de fase procurada entre a matéria hadrónica e o Plasma de Quarks e Gluões!
      Durante dois anos os teóricos mais irredutíveis tentaram por todos os meios afinar os seus modelos baseados na concepção clássica, i.e., sem introdução de desconfinamento, mas os seus esforços de explicação dos dados redundaram num insucesso total! Os resultados exaustivos de NA50 descrevendo a formação da partícula $\psi$ desde as colisões protão-hidrogénio até chumbo-chumbo eram detalhados "demais". Era impossível explicar duma maneira única, sem admitir a transição de fase para QGP, a produção do $\psi$ por no's medida nas interacções de protão com diferentes alvos (deutério, carbono, alumínio, cobre, tungsténio, urânio), e de oxigénio-cobre, oxigénio-urânio, enxofre-urânio e chumbo-chumbo.
 E A PESQUISA CONTINUA
      Nós, os experimentalistas de NA50, não parámos! Em fins de 1998, medimos com mais precisão as colisões frontais chumbo-chumbo e, da sua análise, que decorreu no ano seguinte, um novo degrau (descontinuidade) surgiu. Os primeiros resultados, então preliminares, foram apresentados em Maio de 1999 na grande Conferência Internacional Quark Matter 99, na Itália.
      Nesta mesma Conferência, o teórico alemão acima citado, Helmut Satz, explica qualitativamente as observações apresentadas por NA50 no quadro da formação de QGP.

      A descrição deste comportamento com dois degraus é simples. Há partículas que se desintegram noutras. Por exemplo, o $\chi$ (leia-se qui) [4] decai rapidamente, algumas vezes para o $\psi$. Por isso, na experiência NA50, 30% dos $\psi$ detectados vêm do "pai" $\chi$, 10% do "pai" $\psi$ ' e 60% são produzidos directamente. Sendo o "saco" do $\chi$ maior que o do $\psi$, as colisões semi-frontais têm já a densidade de energia suficiente que impede a distância necessária para a formação do $\chi$ (corresponde o primeiro degrau). O $\psi$, cujo "saco" é mais pequeno, só é impedido de se formar a densidades de energia maiores, obtidas nas interacções mais frontais (temos o segundo degrau).
      Após este nosso resultado, a Comunidade Científica teve a sua "transição de fase psicológica", i.e., passou a acreditar que, de facto, com as colisões de iões de chumbo a alta energia conseguia-se atingir por uns instantes ínfimos o novo estado da matéria!
      A descoberta está feita! Acrescentámos mais uma peça no puzzle complexo que é a compreensão da estrutura da matéria e a formação do Universo. Novas etapas virão. Energias muito mais elevadas, só possíveis em colisionadores (RHIC e LHC), são necessárias para que o novo estado da matéria não seja tão efémero e permita o estudo sistemático do seu comportamento, das suas características e das suas propriedades.


Paula Bordalo
15/Fev/2000




[1]Matéria hadrónica
Exemplos da matéria hadrónica são os protões e neutrões (constituintes dos núcleos atómicos). Estes por sua vez são constituídos pelos quarks que se encontram confinados nos "sacos" hadrões. Nos hadrões, os quarks interagem entre si trocando gluões, os mensageiros da força forte, tal como no Electromagnetismo as cargas eléctricas interagem trocando mensageiros que são os fotões.
[2]O que significa "energia de 200 GeV/nucleão"?
Cada nucleão, ou seja, cada protão ou neutrão do ião, tem uma energia 200 milhares de milhão de vezes superior à que um electrão ganha ao atravessar uma diferença de potencial de um Volt. Neste sentido, quanto maior for o ião, maior é a energia total posta em jogo, por exemplo:
  • nos feixes de iões de oxigénio, cada ião transporta a energia de 16 nucleões x 200 GeV = 3 200 000 000 000 x energia do electrão
  • nos feixes de iões de enxofre, cada ião transporta a energia de 32 nucleões x 200 GeV = 6 400 000 000 000 x energia do electrão
[3]Detecção de muões
De facto, nas colisões de iões a altas energias são produzidas inúmeras partículas como se vê na figura mas, na nossa experiência NA38 só estamos interessados na deteccao de muões, tarefa que é muito facilitada pelo facto de introduzirmos um muro de carbono e ferro com uma espessura total de 4,8 metros próximo do alvo (a menos de um metro). Este muro absorve todas as partículas e só os muões (ou aquelas que se desintegram imediatamente nelas) é que o conseguem atravessar pelo facto de eles interagirem muito pouco com a matéria.
[4]A partícula $\chi$
$\chi$, tal como o $\psi$, é também um estado ligado dum quark charme com um antiquark charme, mas mais fracamente ligado que o $\psi$ (a distância entre os quarks no $\chi$ é maior que no $\psi$).